Ao discursar para milhares de funcionários que se preparavam para mais uma jornada de trabalho, Lula por diversas vezes se referiu a Dilma como "a nossa presidenta". Depois justificou, atribuindo a condição conferida à companheira a um posicionamento divino.
"Eu digo nossa presidenta porque sabe, se Deus está conosco, quem será contra a gente?", indagou.
Em reduto mais do que favorável, o presidente exaltou o movimento dos trabalhadores pela conquista da democracia no País, portando-se a todo o momento como o apresentador de Dilma aos metalúrgicos. "Trouxe ela para pegar um pouco de energia na porta de fábrica, que foi onde tudo (processo de redemocratização do Brasil) começou."
Confortável ao lado de Lula, a candidata anunciou que irá se empenhar para adotar políticas voltadas à classe. "Firmo este compromisso sagrado porque governos têm de ter lado. E o nosso é um só: o do crescimento econômico e emprego", garantiu, voltando a prometer a valorização do salário-mínimo e da renda do trabalhador, questões que, segundo ela "durante anos e anos a fio não foram colocadas no centro das preocupações."
Lula recordou a origem metalúrgica e prometeu ajudar os companheiros a cobrar o governo de Dilma. "Vou ajudar esse pessoal a telefonar para o Marinho ou o Nobre e falar: ‘Ô presidenta, sabe aquilo que a senhora falou na porta da fábrica às 6h da manhã? Nós não esquecemos''", disse, fazendo referencia ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e ao presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.
A expectativa de vitória nas eleições de outubro ostentada por Lula foi seguida pela presidenciável. Ao comentar a possibilidade de ser a primeira mulher a governar o País, Dilma mostrou otimismo, que fica latente ao passo de seu crescimento nas pesquisas.
"Milhões e milhões de mulheres trabalhadoras prepararam o Brasil para este momento. Eu serei a primeira presidenta do nosso País. A presidenta de vocês."
QUEBRANDO O PROTOCOLO - O roteiro da visita de Lula e Dilma à Mercedes foi alterado por ordem do presidente. "Aqui foi feito esquema de comício, que não era o que a gente queria", reclamou, em cima do carro de som e com microfone em punho. "Queria aquela coisa normal, em que a companheira Dilma fosse lá no corredor onde vocês (funcionários) entram, e pudesse cumprimentar cada companheiro", apontou.
Considerando a desaprovação de Lula, as assessorias petistas logo agilizaram o processo "sugerido" pelo presidente. "A idéia básica é essa: não é fazer comício, é cumprimentar os trabalhadores. Afinal de contas não é sempre que um trabalhador pode pegar na mão de uma mulher presidente da República. Então, primeiro vocês organizem e depois nós vamos descer."
No encerramento, Lula se dirigiu aos trabalhadores de forma peculiar. "Gentalha, que Deus abençoe cada um dia vocês."
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