Saturday, August 21, 2010

Novas conversas de paz com Israel inspiram pouca confiança entre palestinos

RAMALA, Cisjordânia - A retomada das conversações de paz no Oriente Médio inspiram pouca confiança entre os palestinos, que dizem que a perspectiva de existir um Estado seu, independente e ao lado de Israel, não passa de um sonho.
- Aconteceram muitas negociações pela paz, mas não temos visto nenhum resultado. Não temos mais esperanças - disse Luay Kabbah, de 30 anos, que ainda estava na escola quando os líderes palestinos e israelenses começaram a falar sobre a paz, há quase duas décadas.
Seu desânimo reflete o profundo pessimismo dos palestinos, sentido também em Israel, sobre as perspectivas de uma nova rodada de negociações de paz, mediada pelos EUA.
As conversas, previstas para começar em 2 de setembro, em Washington, são o mais recente capítulo de um processo de paz que depois de interrompido por muitos anos de violência, no início dessa década, deu aos palestinos uma liberdade de governo limitada, mas nenhum direito sobre as terras ocupadas por Israel, desde a guerra do Oriente Médio, de 1967.
Hoje, a ideia do surgimento daquele Estado, na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém Oriental - meta estabelecida pela liderança - parece quase impossível para muitos palestinos.
Eles dizem que suas esperanças foram minadas pela política de Israel, pelo fato de os EUA não conseguirem forçar Israel a fazer concessões e devido às falhas de seus próprios líderes, que estão cada vez mais fracos e divididos desde a morte de Yasser Arafat, em 2004.
Governos rivais palestinos surgiram em Gaza e na Cisjordânia criando uma divisão que tem complicado um dos conflitos mais complexos do mundo.
Por enquanto, evitar a deterioração do status quo é o melhor resultado que se espera, como disse Ahmad Aweidah, presidente da bolsa de valores palestina, criada quando as esperanças de paz estavam em alta, na década de 1990.
- Processo de paz? Que processo de paz? Isso é tão anos 1990. Depois de 18 anos, eles não estão sem graça - comentou. Há apenas dois cenários: o otimista é uma repetição do que havia antes; o pessimista que diz que tudo vai piorar - continuou Aweidah.
Os EUA fizeram da retomada das negociações entre Israel e palestinos uma de suas prioridades. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse na sexta-feira que houve dificuldades no passado, mas que elas não existirão no futuro. 
Fonte:O Globo
Editado:NewsTV+

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