Saturday, August 21, 2010

Polícia confirma que criminoso usou ambulância para fugir da Rocinha

O comandante do 16º BPM (Olaria), coronel Antônio Jorge, confirmou na tarde deste sábado (21) que um dos criminosos feridos no tiroteio em São Conrado, na Zona Sul do Rio, usou uma ambulância que estava na Favela da Rocinha para tentar escapar da polícia. O confronto começou cedo, e o Hotel Intercontinental chegou a ser invadido por criminosos. Trinta e cinco pessoas foram feitas reféns, entre elas alguns hóspedes.

Segundo o comandante, a polícia passou a monitorar hospitais públicos e particulares ao saber que alguns criminosos feridos conseguiram fugir após o confronto com a polícia. O suspeito foi localizado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no subúrbio, onde deu entrada com escoriações pelo corpo.

“Sabíamos que alguns feridos no episódio procurariam socorro em hospitais particulares e públicos e passamos a monitorá-los. Esse suspeito, conhecido como Sapatinho da Rocinha, foi encontrado no Getúlio Vargas. Ele usou uma ambulância para sair da Rocinha”, contou o comandante.

O suspeito foi levado para a 15ª DP (Gávea). O motorista da ambulância também está na delegacia para dar sua versão dos fatos.
No tiroteio, um mulher que, segundo a Secretaria de Segurança Pública, trabalhava para o tráfico de drogas na Rocinha e era foragida da Justiça, morreu. Outros dez suspeitos foram presos. Quatro policiais militares ficaram feridos no confronto.
Refém diz que criminosos não se exaltaram
Um dos reféns do hotel, o garçom, Manoel Severino, de 52 anos, contou que estava no salão do Intercontinental quando foi abordado pelos criminosos. Segundo ele, a ação foi rápida e os criminosos estavam fortemente armados. “Eles (os criminosos) prometiam que não ia acontecer nada com a gente. Eles queriam apenas negociar com a polícia e nos tranquilizaram nos dizendo que tudo ficaria bem”. Segundo a vítima, durante as mais de duas horas que ficaram numa sala, os criminosos não se exaltaram, e falaram que iriam queimar os celulares e laptops que estavam com os reféns.
Segundo Manoel, a negociação sobre a rendição do grupo aconteceu com a polícia e o presidente da Associação dos Moradores da Rocinha. Após a conversa, os suspeitos colocaram as armas no lixo e se entregaram.
A vítima contou ainda que os hóspedes ficaram tranquilos durante a negociação. Depois que os criminosos se entregaram, policiais revistaram cada refém para ter certeza que nenhum suspeito estava disfarçado. “Eu fiquei nervoso, mas acabei ficando tranqüilo depois. E agora estou bem”, disse o funcionário que trabalha há 8 anos no hotel. 

Hóspedes e funcionários prestam depoimento
Os cinco hóspedes do Hotel Intercontinental prestaram depoimento nesta tarde na 15ª DP (Gávea). Eles deixaram a delegacia sem falar com a imprensa. De acordo com a Polícia Civil, todos estavam no grupo feito refém por criminosos durante a manhã e são estrangeiros.
Antes de chegar à delegacia da Gávea, eles passaram na Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat), no Leblon. Os funcionários do hotel de luxo que foram feitos reféns também foram à delegacia para prestar depoimento.

Dez presos
Os dez suspeitos presos, que inicialmente foram levados para o 23º BPM (Leblon), já foram encaminhados para a delegacia. Segundo a polícia, um dos detidos é o traficante Perninha, considerado o segundo homem na hierarquia do tráfico na Rocinha. Já o traficante conhecido como "Nem", que é apontado pela polícia como o chefe do tráfico na Favela da Rocinha, pode estar entre os criminosos que conseguiram fugir após o intenso tiroteio. A afirmação é do coronel Paulo Henrique Moraes, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
De acordo com o tenente-coronel Lima Castro, relações-públicas da PM, a ação dos criminosos teria começado quando o grupo deixava uma festa e se deparou com uma equipe da PM. Eles estavam em uma van e em motos quando encontrou a equipe da PM, que chamou reforço para o local.
Uma moradora de um condomínio que fica na Avenida Aquarela do Brasil viu homens invadindo o local com armas. O porteiro ligou e avisou que havia gente na portaria, para ela não sair de casa. “Estava dormindo quando escutei barulho de tiros. Fui até a janela e vi muitos homens armados correndo. Alguns inclusive passando para dentro do meu condomínio. As pessoas gritavam muito e pediam para ficarem abaixadas”, relatou ela.

Fonte:G1
Editado:NewsTV+

No comments:

Post a Comment