Segundo o comandante, a polícia passou a monitorar hospitais públicos e particulares ao saber que alguns criminosos feridos conseguiram fugir após o confronto com a polícia. O suspeito foi localizado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no subúrbio, onde deu entrada com escoriações pelo corpo.
“Sabíamos que alguns feridos no episódio procurariam socorro em hospitais particulares e públicos e passamos a monitorá-los. Esse suspeito, conhecido como Sapatinho da Rocinha, foi encontrado no Getúlio Vargas. Ele usou uma ambulância para sair da Rocinha”, contou o comandante.
O suspeito foi levado para a 15ª DP (Gávea). O motorista da ambulância também está na delegacia para dar sua versão dos fatos.
No tiroteio, um mulher que, segundo a Secretaria de Segurança Pública, trabalhava para o tráfico de drogas na Rocinha e era foragida da Justiça, morreu. Outros dez suspeitos foram presos. Quatro policiais militares ficaram feridos no confronto.
Refém diz que criminosos não se exaltaram
Um dos reféns do hotel, o garçom, Manoel Severino, de 52 anos, contou que estava no salão do Intercontinental quando foi abordado pelos criminosos. Segundo ele, a ação foi rápida e os criminosos estavam fortemente armados. “Eles (os criminosos) prometiam que não ia acontecer nada com a gente. Eles queriam apenas negociar com a polícia e nos tranquilizaram nos dizendo que tudo ficaria bem”. Segundo a vítima, durante as mais de duas horas que ficaram numa sala, os criminosos não se exaltaram, e falaram que iriam queimar os celulares e laptops que estavam com os reféns.
Segundo Manoel, a negociação sobre a rendição do grupo aconteceu com a polícia e o presidente da Associação dos Moradores da Rocinha. Após a conversa, os suspeitos colocaram as armas no lixo e se entregaram.
A vítima contou ainda que os hóspedes ficaram tranquilos durante a negociação. Depois que os criminosos se entregaram, policiais revistaram cada refém para ter certeza que nenhum suspeito estava disfarçado. “Eu fiquei nervoso, mas acabei ficando tranqüilo depois. E agora estou bem”, disse o funcionário que trabalha há 8 anos no hotel.
Hóspedes e funcionários prestam depoimento
Os cinco hóspedes do Hotel Intercontinental prestaram depoimento nesta tarde na 15ª DP (Gávea). Eles deixaram a delegacia sem falar com a imprensa. De acordo com a Polícia Civil, todos estavam no grupo feito refém por criminosos durante a manhã e são estrangeiros.
Antes de chegar à delegacia da Gávea, eles passaram na Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat), no Leblon. Os funcionários do hotel de luxo que foram feitos reféns também foram à delegacia para prestar depoimento.
Dez presos
Os dez suspeitos presos, que inicialmente foram levados para o 23º BPM (Leblon), já foram encaminhados para a delegacia. Segundo a polícia, um dos detidos é o traficante Perninha, considerado o segundo homem na hierarquia do tráfico na Rocinha. Já o traficante conhecido como "Nem", que é apontado pela polícia como o chefe do tráfico na Favela da Rocinha, pode estar entre os criminosos que conseguiram fugir após o intenso tiroteio. A afirmação é do coronel Paulo Henrique Moraes, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
De acordo com o tenente-coronel Lima Castro, relações-públicas da PM, a ação dos criminosos teria começado quando o grupo deixava uma festa e se deparou com uma equipe da PM. Eles estavam em uma van e em motos quando encontrou a equipe da PM, que chamou reforço para o local.
Uma moradora de um condomínio que fica na Avenida Aquarela do Brasil viu homens invadindo o local com armas. O porteiro ligou e avisou que havia gente na portaria, para ela não sair de casa. “Estava dormindo quando escutei barulho de tiros. Fui até a janela e vi muitos homens armados correndo. Alguns inclusive passando para dentro do meu condomínio. As pessoas gritavam muito e pediam para ficarem abaixadas”, relatou ela.
Fonte:G1
Editado:NewsTV+
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