Thursday, August 26, 2010

Serra cobra mudanças na agenda econômica

SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, prometeu a manutenção de uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor de máquinas e equipamentos e voltou a atacar a forma com que o governo Luiz Inácio Lula da Silva vem conduzindo a economia do País. Para o tucano, a médio e a longo prazo a matriz econômica tende a apresentar problemas porque não se sustenta somente com o estímulo ao consumo. O tucano também cobrou uma manifestação pública da adversária na corrida ao Planalto Dilma Rousseff (PT) sobre a quebra de sigilo no âmbito da Receita Federal contra dirigentes do PSDB.

O candidato se reuniu ontem com um grupo de empresários ligados à Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na sede da entidade, na capital paulista. Dentre as demandas apresentadas pelo setor, a grande preocupação foi a possibilidade do fim do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), uma linha de crédito do BNDES com juros de 5,5% ao ano que tem validade até 31 de dezembro próximo. Serra prometeu continuar e ampliar o programa, se eleito. "Eu sei que esse PSI é uma questão muito importante para o setor. Queria manter e ampliar. Isso acrescenta capital, é investimento".

Macroeconomia

Serra advertiu que o momento econômico é bom, mas requer cuidado a médio e longo prazos. "As pessoas dizem que a economia vai bem. Vai porque tem um peso de demanda de crescimento e consumo que faz com que no curto prazo vá bem. A obrigação de quem está na vida pública é enxergar a médio e a longo prazo, é se antecipar aos acontecimentos, senão não precisava governo."

Serra acusou o governo federal de se ausentar das políticas de investimentos. "Quem investe mais mesmo são os estados e municípios: são 70% dos investimentos governamentais. No caso de São Paulo, nós triplicamos os investimentos nominais, mais que dobramos em termos reais num período de quatro anos", expôs.

O tucano denunciou ainda que o País não possui uma política de defesa comercial, tampouco uma política de promoção de exportações. "A fatia de exportações em 2002 ou 2002 é semelhante à atual", completou.

Serra também fez duas citações ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na primeira, destacou que no governo FHC o número de importações que entraram no país caiu 12% - índice que Lula duplicou nos seus quase oito anos de governo. Serra também creditou ao ex-presidente uma política de fomento à pesquisa, apoiada em desoneração de impostos.

Quebra de sigilo

O ex-governador voltou a reagir com indignação com o vazamento de dados fiscais de dirigentes do PSDB e cobrou explicações de sua adversária, Dilma Rousseff.

"Dilma tem de dar explicações ao Brasil do que aconteceu, porque foi feito e quem são os responsáveis", afirmou.

Serra lembrou que não é a primeira vez que sofre esse tipo de perseguição e sem citar nomes, destacou que o candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, já esteve envolvido na produção de dossiês.

A mulher do candidato, Mônica Serra, também reagiu. "Estamos em uma democracia e essas coisas não podem acontecer: se nada for feito estamos em uma ditadura", resumiu, em campanha pelo marido em Recife (PE).

Fonte:DCI
Editado:NewsTV+

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